Acredita-se que os primeiros sinais do planejamento urbano no Brasil partiram de influências de Haussman no desenho das cidades. O Higienismo, uma das principais iniciativas que nortearam o início do zoneamento urbano, ocorreu na metade do século XIX, uma resposta do governo a insalubridade das cidades e aos problemas que estas estavam enfrentando com a disseminação de doenças. A criação de pontos de tratamento de água e esgoto, o aterro de charcos, a iluminação das ruas e o afastamento de indústrias dos centros da cidade foram as primeiras atitudes tomadas para a melhoria da qualidade de vida. A criação de zonas que possuiriam melhor qualidade de vida para a localização de residência adveio dessas medidas do governo, surgindo assim as primeiras divisões das cidades.
Essas primeiras iniciativas de zoneamento surgiram nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, estados com grande representatividade no contexto econômico, político e histórico do país que acabaram por influenciar e divulgar para outras cidades brasileiras o planejamento urbano e suas concepções.
O Rio de Janeiro recebeu a sua primeira proposta de intervenção urbanística em 1930, sugerido por Alfred Agache. O plano diretor sugerido por Agache, denominado também de Plano Agache, evidenciava a importância do ordenamento da cidade através do zoneamento e de legislações urbanísticas. Em seu plano diretor ele também relatava as condições futuras da cidade e as comparava com o que ele acreditava ser a cidade ideal, uma cidade que só seria alcançada seguindo suas proposições.
O plano Agache abordava tanto soluções com objetivos estéticos como também os funcionais. Ele se preocupava com as volumetrias, cheios e vazios e a necessidade da diversificação das tipologias habitacionais como também com o planejamento do transporte de massas, o sistema viário, o saneamento básico e o abastecimento de água, com o objetivo de aumentar a eficiência das cidades e reduzir a disseminação de doenças.
Já na cidade de São Paulo, o início do zoneamento deu-se através da elaboração de uma legislação de zoneamento feita por um grupo de arquitetos e engenheiros civis que atendia aos interesses do mercado imobiliário e da necessidade da qualidade ambiental. Essa legislação estabelecia normas de zoneamento em que buscava resolver conflitos de uso de solo devido às áreas industriais localizadas na cidade. Além disso, essas leis tinham a intenção de, assim como no Rio de Janeiro e Curitiba, desenvolver o sistema viário, e cuidar da estética da cidade. Assim, em 1947 seu zoneamento foi consolidado e era considerado de excelência, capaz de corresponder às necessidades de diversos setores da cidade de São Paulo nesse período.
A cidade de Curitiba também sofreu influência do Plano Agache, onde este abordava principalmente a sua área central, onde estavam localizadas suas principais atrações, propondo um sistema de vias ao redor do centro, além de propor um plano de remodelação e embelezamento, também ligado ao aspecto estético da cidade.
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