Projeto Arquitetônico: Espessura das Linhas

Chegamos então nesse aspecto extremamente técnico de um desenho, que sempre atormentará os mais desatentos e cansados, seja no desenho à mão ou no AutoCAD: a espessura das linhas (também conhecida por “hierarquia de linhas” ou “penas”). Detalhe que em grande maioria das vezes vai determinar se seu projeto está claro ou não, e até mesmo que tipo de arquiteto você é, uma vez que dominado esse aspecto mais básico, nos tornamos mais aptos, ou não, para explorar nossa linguagem universal de comunicação (o desenho).

Seguindo uma lógica muito simples, em resumo, as espessuras das linhas são determinadas nas diversas plantas, seções e elevações a partir da proximidade do observador ou do corte feito, ou seja:

Numa planta baixa, que se obtêm a partir de um plano de nível (ou plano horizontal) que passa pela edificação a 1,50m (entre 1,20m e 1,50m), as linhas mais espessas serão para os objetos cortados de imediato, como paredes, esquadrias, guarda-roupas, etc. Logo, as linhas finas serão para os objetos mais distantes do corte/observador, como os pisos, soleiras ou escadas que descem. Para os objetos que não são cortados, mas que também não estão distantes, como o mobiliário ou as peças sanitárias, costuma-se usar linhas intermediárias.

O plano corta a casa e todo o desenho é feito registrando o que é cortado e visto.

Essa mesma lógica de desenho se aplica aos cortes, seções e elevações (fachadas), apenas ressaltando que esses os cortes e seções são gerados a partir de um plano vertical (invés de plano horizontal) que cortará a edificação, enquanto que para as elevações, esse plano vertical não corta a edificação.

 
O mesmo para os cortes: determinado o local que o plano vertical passará, se determina através do desenho tudo que é cortado e visto.

Sendo um pouco mais específico, temos na norma NBR 6492 (Representação de projetos de arquitetura) algumas indicações para as espessuras dessas linhas, que ficam entre 0,6mm e 0,1mm, mas vale lembrar que isso não é uma regra, e essas variam a depender da escala do desenho, material ou software de desenho utilizado, desenhista, humor...

E nessa história toda, o importante mesmo é prevalecer o bom senso, o olhar crítico sobre o desenho e sempre se questionar se ele está legível e organizado. Saber e seguir a lógica para as espessuras e dominar o conteúdo da NBR é importante para termos bases formais, mas é a partir desse desenho que nossa arquitetura começa a se comunicar com o mundo, e cada um se comunica de uma forma.

PS.: Só não se comuniquem errado.




Orlando Barros

Um comentário:

  1. Super agradecida por este Blog existir!!! Muitoooo utíl p nós Arquestudantes!!!! Valeu!!!

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